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terça-feira, 21 de maio de 2013
FUNDAMENTALISMO
O que é o
fundamentalismo?
FUNDAMENTALISMO significa toda e qualquer doutrina
fundamentada numa determinada ideologia -, seja científica, filosófica,
política, econômica, social ou cultural.
Há quem critique ser o fundamentalismo, perigoso aos que não
aceitam as suas posições ideológicas, assim como aos que são adeptos de seus
fundamentos; haja vista que nessa condição, o fundamentalista tende a isolar-se,
fechando-se numa concha e afastando-se da realidade; daí acarretar prejuízos a
si próprio por ter se tornado alheio ao mundo que o circunda.
O fundamentalismo, especialmente, deriva do movimento
religioso conservador que enfatiza a interpretação literal da Bíblia como
fundamental à vida e à doutrina cristãs. (Houaiss).
Geralmente as críticas sobre o fundamentalismo – com maior
ênfase recaem sobre a religião muçulmana e os grupos evangélicos também
denominados protestantes. Àqueles por defenderem rigorosamente a ortodoxia
doutrinária de sua religião estribada no Alcorão, - a escritura deixada por
Maomé, que deve ser seguida a todo custo e imposta aos que não a defendem. E aos
evangélicos, porque defendem os princípios básicos da fé cristã, conforme
preceituados por Jesus, o Cristo, e, posteriormente, por seus apóstolos que
deixaram legados escritos importantes e considerados princípios verdades.
Até aí, tudo bem. Não há o que cogitar, visto que cada um na
sua – e quem quiser aceitar, aceite; mas quem não quiser, aí tem que dar o seu
jeito para criticar e, ao mesmo tempo, tentar, com argumentos falaciosos, destruir
tais princípios.
A verdade dos fatos, é que os críticos em geral têm visão
própria dos mundos que os cerca – relativizando tudo. Só é verdade para eles
aquilo que estabelecem pela razão uma compreensão aceitável ou, relativamente
aceitável. Não aceitam outro discurso, só o deles é que vale.
Muitos criticam o fundamentalismo porque acham que todos
devem usar o princípio do relativismo doutrinário em tudo que for possível
fazer, haja vista que o mundo maior é dividido em vários outros mundinhos. E,
cada um desses mundinhos, tem sua visão própria de ver-se a si mesmo e também
aos outros mundos que estão em sua volta. Ou seja, cada grupo deve relativizar
as coisas para chegar a uma conclusão e estabelecer uma verdade que deve ser
aceita, - ou individual, ou coletivamente pelo grupo ou grupos.
Nessa perspectiva, o relativismo de cada um se torna também
um princípio fundamentalista, visto que só a minha visão de mundo é que vale. E
para justificar essa assertiva, citamos a visão ideológica política que, nessa
condição cada partido defende a solução dos problemas econômicos e sociais – só
ele, o partido, é capaz de resolver os problemas da sociedade como um todo, o
que na prática não ocorre.
Nas ciências também acontece o mesmo. Se um pesquisador
numa determinada pesquisa científica necessita embasar a sua teoria concernente
a hipóteses que venha levantar e precise também testá-las e comprová-las,
certamente que fundamentará o seu conhecimento em teorias que lhe digam respeito
e sejam aceitas como princípio norteador de seu trabalho. Outra teoria à qual o
pesquisador não seja simpático e não esteja afinado, visto que toda teoria é
elaborada segundo uma ideologia previamente concebida, certamente não será
aceita. Aí, se funda um princípio fundamentalista, porque o cientista não
aceita outra teoria para justificar o seu trabalho de pesquisa.
“O Fundamentalismo protestante nasceu no fim do século XIX
nos Estados Unidos da América do Norte como crítica ao protestantismo liberal;
o seu manifesto foi elaborado em 1889 na Conferência de Niágara, mas só entre
1910 e 1912 as ideias fundamentalistas penetraram a fundo na sociedade
americana. A partir de então o termo fundamentalismo
passou a indicar o cristão empenhado na luta pelos fundamentos religiosos.” –
conforme: Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano (itálico nosso).
Por que, então, o fundamentalismo nesse período tomou força?
– Devido o liberalismo emergente estar fundado em princípios inovadores e heréticos,-
ou seja, cada liberal pensando à sua maneira de como servir a Deus e
interpretar as Escrituras como um livro qualquer; e também na negação de princípios bíblicos que, para eles
não faziam sentido, tais como: “a Bíblia
é vista como um livro humano não dado pela inspiração divina; que os elementos
sobrenaturais das Escrituras podem ser explicados de forma racional; que Jesus
é considerado um mestre moral e ético, em vez do Salvador que nos tira do
pecado; que Jesus não ressuscitou literalmente dos mortos, e nem nasceu de mulher virgem, e nem tampouco as
curas realizadas por Ele seriam verídicas” (ZUCK: 1194, 63), além de outros. Daí,
reside a justa posição do fundamentalismo em defender as verdades contidas nas
Sagradas Letras.
O que há de mais em defender aquilo que se julga correto? Na
verdade, nada obsta a defesa do que acredita-se, segue-se e vive-se.
Todos têm a liberdade de aceitar ou não as Escrituras tais
como elas se apresentam a todos os leitores. São mandamentos tão preciosos
capazes de transformar o mais imoral dos humanos; diferentemente de outro
escrito qualquer que não possui essa qualidade ímpar de transformação.
Se eu me submeto ao conteúdo das Escrituras, certamente
terei uma vida modificada; ao passo que, se eu não me submeto, com certeza nada
acontecerá em mim; e assim a minha vida tenderá a um afastamento de Deus; haja
vista que as Escrituras nos induzem à paz espiritual. Os seus ensinamentos são
espirituais, - provenientes do Deus espiritual. Só entende o espiritual quem
vive o espiritual. Dessa forma, só vive por exemplo, o marxismo, quem se dedica
a ele. Só vive a política quem se dedica a ela. Só vive à crítica quem se
dedica a ela, e assim por diante.
Negar o que dizem as Escrituras, pode ser uma posição
louvável para quem o faz, uma vez que não está afinado ou afinada com elas. É
um direito que cada um tem de se opor aos escritos testamentários, assim como a
outro escrito qualquer; mas em nada contribui para a mudança dos propósitos
daquele que moveu mente e coração de seus escritores sacros. Ele é a verdade
transformadora de qualquer um que queira e submeta-se à sua Palavra e desejo.
Daí, que o fundamentalismo é salutar para a defesa imutável dos Escritos
sacros.
O fundamentalismo bíblico é a única via de escape de toda a
miscelânea textual do mundo secular; cujos escritos objetivam mudanças na vida
das pessoas, mas na realidade essas mudanças objetivadas são paliativas e
efêmeras. Só a Bíblia – na sua íntegra, é capaz de transformar o mundo caído.
Porque é a Palavra do Deus Altíssimo. Quem quiser submeter-se a ela será feliz,
e muito. Do contrário, viverá num eterno ranger de dentes, sempre na procura
insana de justificativas vãs para respaldar os desejos próprios e incompatíveis
com as verdades bíblicas.
Por: Jeová Santos
20/05/2013
FONTES CONSULTADAS
1.
Zuck, Roy B. – A interpretação bíblica: meios de
descobrir a verdade da Bíblia / Roy B.
Zuck ; tradutor Cesar de F. A. Bueno Vieira. – São Paulo : Vida Nova, 1994.
2.
Abbagnano, Nicola, 1901-1990. Dicionário de
filosofia / Nicola Abagnano ; tradução da 1ª edição brasileira coordenada e
revista por Alfredo Bossi ; revisão da tradução e tradução dos novos textos
Ivone Castilho Benedetti. –5ª ed. – São Paulo : Martins Fontes, 2007.
3.
Houaiss, Antônio (1915-1999) e Villar, Mauro de
Salles (1939-). Minidicionário Houaiss da língua portuguesa / Antônio Houaiss e
Mauro de Salles Villar; elaborado no instituto Antônio Houaiss de Lexicografia
e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. – 3.ed. rev. e aum. – Rio de
Janeiro : Objetiva, 2008.
quarta-feira, 27 de março de 2013
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