Por que conceitual?
Nosso blog com o título epigrafado e criado na data de trinta de março de 2010, tem por objetivo a partir de sua criação trabalhar metodologicamente infinitos conceitos e teorias várias sobre as coisas espalhadas pelo mundo afora pertinentes não só ao conhecimento secular, mas também ao conhecimento religioso, haja vista nossa condição de seguidor dos ensinamentos de Jesus, o Cristo, que nessa condição não poderíamos deixar de fazê-lo. Daí termos a preocupação de darmos início à nossa jornada através dessa ferramenta metodológica eletrônica com um texto cuja temática seja compatível com a sua titularidade.
Para iniciarmos indagamos: o que é conceito?
- É um termo ou um grupo de termos ordenados que explica ou explicam algo, seja este material ou imaterial. Pelo primeiro, entende-se qualquer objeto existente no mundo dos fenômenos, como p.ex.: uma casa, uma mesa, uma cadeira, uma bicicleta, uma motocicleta, um carro, um trem, um avião etc., e pelo segundo, ou seja, imaterial, alguma coisa não palpável, não observável, mas que tenha o sentido de existência como p. ex.: Deus, espírito, idéia, força etc.
“Conceito. O que é compreendido por um termo, em particular um predicado. Possuir um conceito é ter a capacidade de usar um termo que o exprima ao fazer juízos; essa capacidade está relacionada com coisas como saber reconhecer quando o termo se aplica, assim como poder compreender as consequências de sua aplicação.” (Dicionário Oxford de Filosofia).
Esse mesmo dicionário explica o termo “ideia” que foi inicialmente usado da mesma maneira, porém hoje é evitado em razão de suas associações com as imagens mentais subjetivas, que podem ser irrelevantes para a posse de um conceito. Segue dizendo que na semântica de Frege, um conceito é a referência de um predicado, não podendo dessa forma ser referido por um termo-sujeito.
Diz, ainda, que na linguagem de Frege no tocante a distinção filosófica sobre conceito e objeto, explorada em “Do conceito e do objeto” (1892), Frege entendia os predicados como expressões incompletas, da mesma forma que as expressões matemáticas para funções, como seno.. ou logaritmo... são incompletas.
Ensina o mesmo dicionário que “os predicados se referem a conceitos, que são, eles próprios, ‘não-saturados’, não podendo ser referidos por expressões na posição de sujeito (gerando-se então o paradoxo de que o conceito de um cavalo não é um conceito”. Apesar de Frege ter reconhecido a natureza metafórica da noção de não-saturação de um conceito, tinha a convicção correta de que uma noção desse tipo é necessária para explicar a unidade das frases e para impedir que estas sejam concebidas como meras listas de nomes.
Sobre imagens mentais subjetivas, eis o que diz Trujillo sobre o conceito referente a determinado fenômeno: “em outros termos , significa que a imagem que se tem do fato ou do fenômeno que foi captado por percepção, necessita ser objeto de conceituação.” (Op. cit. p. 92).
Voltemos à questão do emprego do nome na concepção de Frege. Não pode o nome dar a idéia de um conceito? Exprima-se o nome Salomão, que pode ser referir ao nome próprio de uma pessoa, assim como pode simplesmente ter o significado de inteligência ou sabedoria. No primeiro caso, é verdade, não há o que falar de conceito, visto tratar-se pura e simplesmente de sujeito. Porém, para que se tenha a noção exata do sentido operacional de um nome ou nomes aplicado (s) como conceito (s), certamente dependerá do contexto que será utilizado num determinado assunto. Todavia, é verdade que um conceito na qualidade de predicado não seja saturado na sua totalidade, mas por outro lado, não poderia se tornar saturado e ponto final? Em algumas ocasiões um conceito na condição de predicado se torna saturado. Nele estão contidas todas as qualidades inerentes do sujeito ou objeto. Um exemplo desse tipo é o Messias. Eis aí um exemplo completo e acabado, concluso, sem maiores recursos de ordem antitética. É a síntese de todo o conhecimento outrora oculto, agora revelado em um nome, JESUS, o verbo encarnado chamado JUSTIÇA NOSSA.
Trujillo quando se refere a conceitos e termos, diz que “todo conceito é um termo, mas nem todo termo é um conceito.” E explica: “assim, a sentença ‘Freud foi um psicanalista’. Diz ele que cada palavra desta sentença é um termo. O qual, segundo ele, “pode ser definido como um pronunciamento ou conjunto de pronunciamentos.” Explicando temos: estes pronunciamentos são qualquer ato ou atos de falar ou escrever. Como conseqüência, a noção de termo é simples de entender, pois os atos “Freud”, “foi”, “um”, “psicanalista” caracterizam termos ou unidades lingüísticas.
Portanto, os conceitos contidos na proposição acima referida são “Freud” pertencia a uma classe (conceito estabelecido pela vaga dição “foi um”) e “psicanalista do passado” designa o conceito que viveu antes de nossos dias, esta é uma frase que designa um conceito único, ensina ele. (Op. cit. pp. 93/4).
Portanto, conceitos são construções lógicas mentais que explicam com a maior veracidade possível, todos os aspectos ou características que compõem o objeto ou fenômeno, seja na investigação científica ou não. Se ao conceituarmos qualquer fato ou fenômeno, deixando de lado algum aspecto da essência deles, certamente o conceito estará “furado”, e a interpretação que tenhamos dos mesmos não passará de mero preconceito, - ou seja, conceito impuro acerca de algo, uma falácia.
Dessa forma, torna-se necessário que se tenha o maior cuidado possível ao se estabelecer conceitos, para não incorrer-se em erro de análise conceitual.
Jeová Santos
BIBLIOGRAFIA
Dicionário de filosofia / Nicola Abbagnano; tradução da 1ª edição brasileira coordenada e revista por Alfredo Bossi; revisão da tradução e tradução dos novos textos Ivone Castilho Benedetti. – 5ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Dicionário Oxford de filosofia/Simon Blackburn; consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes; [tradução, Desidério Murcho... et al.]. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
Trujillo Ferrari, Alfonso, 1926 – Metodologia da pesquisa científica. – São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982.
Lakatos, Eva Maria. – Metodologia científica/Eva Maria Lakatos, Maria de Andrade Marconi. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 1991.
Nosso blog com o título epigrafado e criado na data de trinta de março de 2010, tem por objetivo a partir de sua criação trabalhar metodologicamente infinitos conceitos e teorias várias sobre as coisas espalhadas pelo mundo afora pertinentes não só ao conhecimento secular, mas também ao conhecimento religioso, haja vista nossa condição de seguidor dos ensinamentos de Jesus, o Cristo, que nessa condição não poderíamos deixar de fazê-lo. Daí termos a preocupação de darmos início à nossa jornada através dessa ferramenta metodológica eletrônica com um texto cuja temática seja compatível com a sua titularidade.
Para iniciarmos indagamos: o que é conceito?
- É um termo ou um grupo de termos ordenados que explica ou explicam algo, seja este material ou imaterial. Pelo primeiro, entende-se qualquer objeto existente no mundo dos fenômenos, como p.ex.: uma casa, uma mesa, uma cadeira, uma bicicleta, uma motocicleta, um carro, um trem, um avião etc., e pelo segundo, ou seja, imaterial, alguma coisa não palpável, não observável, mas que tenha o sentido de existência como p. ex.: Deus, espírito, idéia, força etc.
“Conceito. O que é compreendido por um termo, em particular um predicado. Possuir um conceito é ter a capacidade de usar um termo que o exprima ao fazer juízos; essa capacidade está relacionada com coisas como saber reconhecer quando o termo se aplica, assim como poder compreender as consequências de sua aplicação.” (Dicionário Oxford de Filosofia).
Esse mesmo dicionário explica o termo “ideia” que foi inicialmente usado da mesma maneira, porém hoje é evitado em razão de suas associações com as imagens mentais subjetivas, que podem ser irrelevantes para a posse de um conceito. Segue dizendo que na semântica de Frege, um conceito é a referência de um predicado, não podendo dessa forma ser referido por um termo-sujeito.
Diz, ainda, que na linguagem de Frege no tocante a distinção filosófica sobre conceito e objeto, explorada em “Do conceito e do objeto” (1892), Frege entendia os predicados como expressões incompletas, da mesma forma que as expressões matemáticas para funções, como seno.. ou logaritmo... são incompletas.
Ensina o mesmo dicionário que “os predicados se referem a conceitos, que são, eles próprios, ‘não-saturados’, não podendo ser referidos por expressões na posição de sujeito (gerando-se então o paradoxo de que o conceito de um cavalo não é um conceito”. Apesar de Frege ter reconhecido a natureza metafórica da noção de não-saturação de um conceito, tinha a convicção correta de que uma noção desse tipo é necessária para explicar a unidade das frases e para impedir que estas sejam concebidas como meras listas de nomes.
Sobre imagens mentais subjetivas, eis o que diz Trujillo sobre o conceito referente a determinado fenômeno: “em outros termos , significa que a imagem que se tem do fato ou do fenômeno que foi captado por percepção, necessita ser objeto de conceituação.” (Op. cit. p. 92).
Voltemos à questão do emprego do nome na concepção de Frege. Não pode o nome dar a idéia de um conceito? Exprima-se o nome Salomão, que pode ser referir ao nome próprio de uma pessoa, assim como pode simplesmente ter o significado de inteligência ou sabedoria. No primeiro caso, é verdade, não há o que falar de conceito, visto tratar-se pura e simplesmente de sujeito. Porém, para que se tenha a noção exata do sentido operacional de um nome ou nomes aplicado (s) como conceito (s), certamente dependerá do contexto que será utilizado num determinado assunto. Todavia, é verdade que um conceito na qualidade de predicado não seja saturado na sua totalidade, mas por outro lado, não poderia se tornar saturado e ponto final? Em algumas ocasiões um conceito na condição de predicado se torna saturado. Nele estão contidas todas as qualidades inerentes do sujeito ou objeto. Um exemplo desse tipo é o Messias. Eis aí um exemplo completo e acabado, concluso, sem maiores recursos de ordem antitética. É a síntese de todo o conhecimento outrora oculto, agora revelado em um nome, JESUS, o verbo encarnado chamado JUSTIÇA NOSSA.
Trujillo quando se refere a conceitos e termos, diz que “todo conceito é um termo, mas nem todo termo é um conceito.” E explica: “assim, a sentença ‘Freud foi um psicanalista’. Diz ele que cada palavra desta sentença é um termo. O qual, segundo ele, “pode ser definido como um pronunciamento ou conjunto de pronunciamentos.” Explicando temos: estes pronunciamentos são qualquer ato ou atos de falar ou escrever. Como conseqüência, a noção de termo é simples de entender, pois os atos “Freud”, “foi”, “um”, “psicanalista” caracterizam termos ou unidades lingüísticas.
Portanto, os conceitos contidos na proposição acima referida são “Freud” pertencia a uma classe (conceito estabelecido pela vaga dição “foi um”) e “psicanalista do passado” designa o conceito que viveu antes de nossos dias, esta é uma frase que designa um conceito único, ensina ele. (Op. cit. pp. 93/4).
Portanto, conceitos são construções lógicas mentais que explicam com a maior veracidade possível, todos os aspectos ou características que compõem o objeto ou fenômeno, seja na investigação científica ou não. Se ao conceituarmos qualquer fato ou fenômeno, deixando de lado algum aspecto da essência deles, certamente o conceito estará “furado”, e a interpretação que tenhamos dos mesmos não passará de mero preconceito, - ou seja, conceito impuro acerca de algo, uma falácia.
Dessa forma, torna-se necessário que se tenha o maior cuidado possível ao se estabelecer conceitos, para não incorrer-se em erro de análise conceitual.
Jeová Santos
BIBLIOGRAFIA
Dicionário de filosofia / Nicola Abbagnano; tradução da 1ª edição brasileira coordenada e revista por Alfredo Bossi; revisão da tradução e tradução dos novos textos Ivone Castilho Benedetti. – 5ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Dicionário Oxford de filosofia/Simon Blackburn; consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes; [tradução, Desidério Murcho... et al.]. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
Trujillo Ferrari, Alfonso, 1926 – Metodologia da pesquisa científica. – São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982.
Lakatos, Eva Maria. – Metodologia científica/Eva Maria Lakatos, Maria de Andrade Marconi. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 1991.
Parabéns pela iniciativa!
ResponderExcluirAproveitando, gostaria de por em discussão uma questão: "Portanto, conceitos são construções lógicas mentais que explicam com a maior veracidade possível, todos os aspectos ou características que compõe o objeto ou fenômeno, seja na investigação científica ou não."
Um conceito não poderia, em alguams situações, limitar o todo a uma parte, na lógica Cartesiana?! E se sim, isso não traria prejuízos na conceituação de algo ou alguma coisa?!
Olá, Romel!
ResponderExcluirTudo belo?
Ótima pergunta, a sua, meu. Podes crê!
De qualquer forma, o CONCEITO, seja no sentido amplo ou restrito, deve, na sua estrutura lógica, abarcar todos os aspectos inerentes que compõem o objeto, seja na investiagação científica ou fora dela. Pois, se faltar qualquer deles, será como um grito no vazio, ou seja, sem substância concreta.Apesar da parte vincular-se ao todo,necessita de completude. Veja, por ex., a questão da especialização que é uma parte do todo profissinoal. A oftalmologia é uma parte da ciência médica, mas nela estão contidos "n" questões que devem ser abordadas de forma profunda e compreensíveis. Como não se pode geralmente abordar completamente a matéria, visto que é composta de "n" partículas infinitesimais, torna-se necessário a explicação mais completa possível. Vai daí que que a ciência nunca consegue chegar a um denominador comum completo e acabado. Ok? Espera ter atendido a sua indagação. Continue, você vai longe. Você é o cara!
Jeová, em 07/04/2010.